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João Lobeira


Amigos, eu nom posso bem haver,      ←
nem mal, se mi nom vem de mia senhor;      ←
e pois m'ela faz mal e desamor,      ←
bem vos posso com verdade dizer:      ←
 5       que a mim aveo em guisa tal      ←
       que vi todo meu bem por gram meu mal.      ←
  
Ca vi ela, de que m'assi avém,      ←
que já nom posso, assi Deus mi perdom!,       ←
d'al haver bem, nem mal, se dela nom;      ←
10e pois end'hei mal, posso dizer bem      ←
       que a mim aveo em guisa tal      ←
       que vi todo meu bem por gram meu mal.      ←
  
Pois bem nem mal nom m'é senom o seu,      ←
e que mi o bem falec'e o mal hei,      ←
15e pois meu tempo tod'assi passei,      ←
com gram verdade posso dizer eu      ←
       que a mim aveo em guisa tal      ←
       que vi todo meu bem por gram meu mal.      ←



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Nota geral:

Dirigindo-se aos seus amigos, o trovador diz-lhes que todo o mal e todo o bem que ele possa ter neste mundo só têm uma origem: a sua senhora. Como até agora só sentiu o mal, conclui que ver o seu bem foi o seu mal. Como se compreende, o fulcro da cantiga é o intrincado jogo com a oposição bem/mal que desenvolve.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 248

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 248


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas