Fernão Garcia Esgaravunha


Senhor fremosa, que sempre servi
- se Deus me leixe de vós bem haver!-
pero mi o vós nom queredes creer,
des aquel dia, senhor, que vos vi,
 5       sem vosso grado me vos faz Amor,
       e sen'o meu, querer gram bem, senhor.
  
E, mia senhor - assi Deus me perdom
e me dê cedo, senhor, de vós bem
que eu desejo mais que outra rem -,
10des que vos vi, mia senhor; des entom,
       sem vosso grado me vos faz Amor
       e sen'o meu, querer gram bem, senhor.
  
E, mia senhor - assi m'ajude Deus
escontra vós, que me faz tant'amar,
15que nom sei i conselho que filhar -,
des que vos virom estes olhos meus,
       sem vosso grado me vos faz Amor,
       e sen'o meu, querer gram bem, senhor.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora formosa, que não acredita nas suas juras, o trovador garante-lhe que, desde o momento em que a conheceu, o Amor o levou a amá-la, contra a vontade dela, é certo, mas também contra a vontade dele (ou seja, o seu amor é mais forte do que a razão).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 121, B 237

Cancioneiro da Ajuda - A 121

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 237


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas