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  (linha 12)

Fernão Garcia Esgaravunha


 Senhor fremosa, quant'eu cofondi      ←
o vosso sem e vós e voss'amor,      ←
com sanha foi que houve, mia senhor,      ←
e com gram coita, que me faz assi,      ←
5senhor, perder de tal guisa meu sem      ←
que cofondi vós – em que tanto bem      ←
há quanto nunca doutra don'.      ←
  
  Mais valha-me contra vós, por Deus, i      ←
vossa mesura e quam gram pavor      ←
10eu hei de vós, que sode'la melhor      ←
dona de quantas eno mundo vi;      ←
e se mi aquesto contra vós nom val,      ←
senhor fremosa, nom sei hoj'eu al      ←
com que vos eu ouse rogar por mi.      ←
  
15Maila mesura que tanto valer,      ←
senhor, sol sempr'a quen'a Deus quer dar,      ←
me valha contra vós, e o pesar      ←
que hei, senhor, de quanto fui dizer;      ←
ca, mia senhor, quem mui gram coita tem      ←
20no coraçom faz-lhe dizer tal rem      ←
a que nom sabe pois conselh'haver.      ←
  
Com'hoj'eu faço e muit'estou mal,      ←
ca, se mi assi vossa mesura fal,      ←
nom há i al, senhor, senom morrer!      ←



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Nota geral:

Arrependendo-se do que disse na cantiga anterior, o trovador pede à sua senhora que compreenda que foi o desespero e o sofrimento que assim lhe fizeram perder a cabeça. Apelando à sua generosidade no sentido de o perdoar, confessa-lhe o medo e a dor que sente por lhe ter desagradado. E justifica-se ainda: os que muito sofrem dizem por vezes coisas sem pensar, das quais amargamente se arrependem logo em seguida.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras doblas
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 117, B 233

Cancioneiro da Ajuda - A 117

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 233


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas