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Fernão Garcia Esgaravunha


Quand'eu mia senhor conhoci      ←
e vi o seu bom parecer      ←
e o gram bem que lhi Deus dar       ←
quis, por meu mal, log'entendi      ←
5que por ela ensandecer      ←
me veeriam e levar      ←
grandes coitas e padecer.      ←
  
Pero que eu soub'entender,      ←
quando os seus olhos catei,      ←
10que por ela, e nom por al,      ←
me veeriam morte prender,       ←
por que me log'i nom quitei      ←
d'u a nom visse? É que o mal,      ←
que hoj'eu sofro, receei      ←
  
15muit'e temi; mais eu cuidei,      ←
com mui mal sem que houv'entom,      ←
que podess'eu sofrer mui bem      ←
as grandes coitas que levei      ←
por ela eno coraçom;      ←
 20e provei-o, e pois, quand'en      ←
 me quis partir, nom foi sazom      ←
  
 de m'en partir; ca em outra rem      ←
nom pud'eu cuidar des entom!      ←



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Nota geral:

Apaixonando-se pela sua senhora à primeira vista, e prevendo toda a loucura e sofrimento que esse amor lhe faria passar, o trovador interroga-se: por que não se afastou então para longe dela? E responde logo em seguida: porque, receando esse sofrimento, acreditou que poderia facilmente suportá-lo. E depois era tarde de mais.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 227
(C 227)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 227


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas