João Nunes Camanês


Rogaria eu mia senhor,
por Deus, que me fezesse bem;
mais hei dela tam gram pavor
que lhe nom ouso falar rem
5       com medo de se m'assanhar
       e me nom querer pois falar.
  
Diria-lh'-eu, de coraçom,
como me faz perder o sem
o seu bom parecer; mais nom
 10ous'e tod'aquesto mi avém
       com medo de se mi assanhar
       e me nom querer pois falar.
  
Pois me Deus tal ventura deu
que m'em tamanha coita tem
15amor, já sempre serei seu,
mais non'a rogarei por en
       com medo de se mi assanhar
       e me nom querer pois falar.



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Nota geral:

O trovador até pediria à sua senhora para lhe conceder os seus favores, dizendo-lhe como a sua beleza lhe faz perder a cabeça, mas não ousa fazê-lo com medo que ela se zangue e deixe de lhe falar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

A 113, B 226

Cancioneiro da Ajuda - A 113

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 226


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas