Pero Garcia Burgalês


Nom me poss'eu, mia senhor, defender
que me nom mate cedo vosso amor
se m'eu de vós partir, ai mia senhor,
pois mi aqui vem ante vós cometer:
5       ca pois mi Amor ante vós quer matar,
       matar-xe-mi-á, se me sem vós achar.
  
E, mia senhor, al vos quero dizer
de que sejades ende sabedor:
nom provarei eu, mentr'eu vivo for,
10de lhe fogir, ca nom hei en poder:
       ca pois mi Amor ante vós quer matar,
       matar-xe-mi-á, se me sem vós achar.
  
Pois mi ante vós em tam gram coita tem
e me tolheu, mia senhor, o dormir,
15nom quer'eu já provar de me partir
d'u fordes vós, ca faria mal sem:
       ca pois mi Amor ante vós quer matar,
       matar-xe-mi-á, se me sem vós achar.



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Nota geral:

O trovador diz à sua senhora que, se perto dela o Amor o quer matar, se se afastar para longe, decerto não poderá evitar a morte. Mas garante-lhe também que não lhe fugirá (ao Amor). Assim, e mesmo que já não consiga dormir, nem sequer tentará afastar-se do lugar onde ela estiver, pois não seria razoável.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras doblas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 108, B 217

Cancioneiro da Ajuda - A 108

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 217


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas