Nota geral: Composição tardia, transmitida apenas pelo Cancioneiro da Vaticana, onde surge entre uma cantiga de amigo de Fernão Velho e as de Vasco Peres Pardal, e que deveria ter sido inserida em época posterior num espaço em branco do manuscrito medieval que os apógrafos italianos seguiam. Embora considerada, pelos primeiros editores, uma cantiga de amigo de Fernão Velho, os argumentos de Julia Lanciani1, que a retira da obra deste trovador, parecem consistentes. Na verdade, e ainda que a utilização da palavra amiga (v. 3) possa dar azo a alguma confusão, ela parece ser usada como um vocativo do poeta à sua amada (e não de uma amiga a outra, como acontece na poesia medieval). Trata-se, pois, de uma composição de amor, onde o poeta se queixa de nunca receber qualquer favor da sua dama. O texto do manuscrito está, no entanto, bastante deturpado, pelo que alguns passos da composição são de leitura difícil, o que perturba o seu cabel entendimento.
Referências 1 Lanciani, Giulia (1974), "A proposito di un testo attribuito a Fernan Velho", in Annali di Ca´Foscari, XIII.
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