Pedro Amigo de Sevilha


Joam Baveca e Pero d'Ambrõa
começarom de fazer sa tençom,
e sairom-se logo da razom
       Joam Baveca e Pero d'Ambrõa;
5e, porque x'a nom souberom seguir,
nunca quedarom pois em departir
       Joam Baveca e Pero d'Ambrõa.
  
Joam Baveca e Pero d'Ambrõa
ar forom outra razom começar.
 10Sobre que houverom de pelejar
       Joam Baveca e Pero d'Ambrõa?
Sobre la terra de Ierusalém,
 que diziam que sabiam mui bem
       Joam Baveca e Pero d'Ambrõa.
  
15Joam Baveca e Pero d'Ambrõa
ar departirom logo no Gram Cam;
 e pelejarom sobr'esto de pram
       Joam Baveca e Pero d'Ambrõa,
dizend': - Ora veeremos quis qual é!
20E leixei eu assi, per bõa fé,
       Joam Baveca e Pero d'Ambrõa.



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Nota geral:

Original e vivo retrato de dois jograis às voltas com a dificuldade de comporem uma tenção, que nunca conseguem concluir. Pedro Amigo aproveita a ocasião para, mais uma vez, aludir maliciosamente à alegada viagem de Pero d´Ambroa aos Lugares Santos. Repare-se na excelente utilização que é feita do nome dos jograis no triplo refrão.
Note-se que de João Baveca e Pero d´Ambroa nos chegou, de facto, uma tenção, eventualmente composta a partir desta provocação de Pedro Amigo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1664, V 1198

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1664

Cancioneiro da Vaticana - V 1198


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas