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Pero da Ponte


Dom Bernaldo, pois tragedes      ←
convosc'ũa tal molher,      ←
a peior que vós sabedes,      ←
se o alguazil souber,      ←
5açoutar-vo-la querrá,      ←
e a puta queixar-s'-á,      ←
e vós assanhar-vos-edes.      ←
  
Mais vós, que tod'entendedes      ←
quant'entende bom segrel,      ←
10pera que demo queredes      ←
puta que nom há mester?      ←
Ca vedes que vos fará:      ←
em logar vos meterá      ←
 u vergonha prenderedes.      ←
  
15Mais que conselho faredes,      ←
se alguém a 'l-rei disser      ←
ca molher vosco teedes      ←
e a justiçar quiser?      ←
Senom Deus nom lhi valrá;      ←
20e vós, a quem pesará,      ←
valer nom lhi poderedes.      ←
  
E vós mentes nom metedes,      ←
se ela filho fezer,      ←
andando, como veedes,      ←
25com algum peom qualquer,      ←
 aqual temp'havemos já?      ←
Alguém vos sospeitará      ←
que no filho part'havedes!      ←



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Nota geral:

Maliciosa cantiga contra o segrel Bernaldo do Bonaval, cuja alegada vida dissoluta e gostos homossexuais deram azo a várias chacotas no círculo trovadoresco de Afonso X. Aqui trata-se de o precaver contra as consequências de trazer consigo uma mulher de má fama - é que, para além dos prováveis problemas judiciais, se ela engravidasse, alguém poderia pensar que o filho era dele.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas
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Fontes manuscritas

B 1641, V 1175

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1641

Cancioneiro da Vaticana - V 1175


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas