Toponímia referida na cantiga:
  (linha 2)

Pero da Ponte


D'um tal ric'home vos quero contar      ←
que noutro dia a Segóvia chegou,      ←
de como foi a vila refeçar,      ←
pois o ric'home na vila entrou:      ←
5ca o manjar que ante davam i      ←
 por dez soldos ou por maravedi,      ←
log'esse dia cinc soldos tornou.      ←
  
Ric'home foi que nos Deus enviou,      ←
que nos nom quis assi desamparar,      ←
10que nos a vila assi refeçou,      ←
poilo ric'home veo no logar;      ←
ca nunca eu tam gram miragre vi:      ←
polo açougue refeçar assi,      ←
mentr'o ric'home mandara comprar.      ←
  
15E a Deus devemos graças a dar      ←
deste ric'home que nos presentou,      ←
de mais em ano que era tam car'      ←
com'este foi que ogano passou;      ←
ca, pois este ric'hom'entrou aqui,      ←
20nunca maa careza entrou i,      ←
mentr'o ric'home na corte morou.      ←



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Pero da Ponte agradece a Deus o facto de ter chegado a Segóvia, onde estava a corte, um certo rico-homem - subitamente o custo de vida baixou substancialmente (subentende-se que o rico-homem compraria tão pouco que os comerciantes teriam sido obrigados a baixar os preços). Mas a cantiga joga também e sobretudo com o equívoco em torno do termo refeçar: tornar mais barato ou mais reles.
É possível que a composição, como várias outras dirigidas contra ricos-homens, se insira no contexto da revolta nobiliárquica contra Afonso X, cujo auge foram os anos de 1272 a 1274. A ser assim, é possível que ela date de Agosto de 1272, altura em que o rei estacionou por algum tempo em Segóvia.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras alternadas (rima c uníssona)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1633, V 1167

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1633

Cancioneiro da Vaticana - V 1167


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas