| | | Pero da Ponte |
|
| | | Eu digo mal, com'home fodimalho, |
| | | quanto mais posso daquestes fodidos |
| | | e trob'a eles e a seus maridos; |
| | | e um deles mi pôs mui grand'espanto: |
| 5 | | topou comig'e sobraçou o manto |
| | | e quis em mi achantar o caralho. |
|
| | | Ando-lhes fazendo cobras e sões |
| | | quanto mais poss', e and'escarnecendo |
| | | daquestes putos que s'andam fodendo; |
| 10 | | e um deles de noit[e] asseitou-me |
| | | e quis-me dar do caralh'[e] errou-me |
| | | e lançou, depós mim, os colhões. |
|
----- Aumentar letra ----- Diminuir letra
|
|
|
Nota geral: Estranha cantiga em que Pero da Ponte relata uma aventura homossexual. Embora a cantiga pareça autobiográfica (até pelas referências às trovas feitas sobre o tema) e a rejeição da homossexualidade seja evidente, como seria de rigor na época, também poderemos pensar que se trataria eventualmente de um maldizer aposto (dito na primeira pessoa, mas na voz de um terceiro), hipótese que não poderemos confirmar, até pela ausência de qualquer rubrica explicativa. Acrescente-se que os pormenores "técnicos" finais parecem um pouco difíceis de entender.
|