Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 1)

João Romeu de Lugo

Rubrica:

Esta cantiga de cima fez Joam Romeu, um cavaleiro que morava em Lugo, a Dom Lopo Lians, porque era cego d'um olho.


  Loavam um dia, em Lugo, Elvira      ←
 Pérez, [........] Elvira Padrõa;      ←
todos diziam que era mui bõa      ←
e nom tenh'eu que diziam mentira,      ←
 5ante tenho que diziam razom;      ←
e Dom Lopo [Lias] diss[e] entom,      ←
per bõa fé, que já x'el melhor vira.      ←
  
Ficou já a dona mui bem andante,      ←
 ca a loarom quantos ali siiam,      ←
10e todos dela muito bem diziam;      ←
 mais Lopo Lias estede constante:      ←
como foi sempre um gram jogador,      ←
disse que vira outra vez melhor,      ←
quand'era moça, em cas da Infante.      ←



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Nota geral:

O cavaleiro D. Lopo Lias é o excelente trovador presente nos Cancioneiros, e que certamente João Romeu devia admirar. Esta cantiga faz-nos, de facto, o retrato, em forma de equívoco, de um Lopo Lias cegueta (como nos explica a rubrica), e certamente já idoso, mas sem perder o seu natural sentido de humor e das tiradas oportunas. A esse sentido de humor se refere exatamente a expressão com que João Romeu o classifica no v.12 - um gram jogador, ou seja, um homem brincalhão.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1612, V 1145
(C 1612)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1612

Cancioneiro da Vaticana - V 1145


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Elvira Pérez      versão audio disponível

Versão de Miro Casabella