| | | Vidal | | | | Rubrica: | | | | Estas duas cantigas fez um judeu d'Elvas, que havia nome Vidal, por amor d'ũa judia de sa vila que havia nome Dona. E pero que é bem que o bem que home faz se nom perça, mandamo-lo screver. E nom sabemos mais dela[s] mais de duas cobras, a primeira cobra de cada ũa.
| | | | Moir, e faço dereito, | | | | por ũa dona d'Elvas, | | | | que me trage tolheito, | | | | com'a quem dam as ervas. | | 5 | | Des que lh'eu vi o peito | | | | branco, dix'às sas servas: | | | | - A mia coita nom há par, | | | | ca sei que me quer matar; | | | | e quero eu morrer por ela, | | 10 | | ca me nom poss'en guardar. | | | | | Amor hei [...] |
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| Nota geral: Como faz questão de notar explicitamente o autor da rubrica que acompanha a composição (muito provavelmente o Conde D. Pedro de Barcelos), as duas cantigas do judeu Vidal transcritas pelos apógrafos italianos (esta e a que a segue) situam-se numa zona que não coincide exatamente com o modelo normativo da cantiga de amor à maneira provençal cultivada pelos trovadores galego-portugueses. Mas o explícito reconhecimento que a rubrica faz de que, apesar de tudo (e de o seu autor ser um judeu), elas são dignas de figurar na grande recolha trovadoresca constitui, não só uma sorte para nós, mas um sinal claro dos critérios de qualidade que teriam presidido à compilação das cantigas. Embora levantando alguns problemas de edição, estamos, de facto, perante duas notáveis cantigas de amor, infelizmente as únicas que nos chegaram deste judeu de Elvas (como, aliás, parece também lamentar o autor da rubrica).
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Nota geral
Descrição
Cantiga de Amor Fragmento (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 1605, V 1138
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Moir'e faço dereito Versão de Judith R. Cohen , Tamar Ilana Cohen Adams , Eduardo Paniagua
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
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