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Fernando Esquio


A vós, Dona abadessa,      ←
de mim, Dom Fernand'Esquio,      ←
estas doas vos envio,      ←
porque sei que sodes essa      ←
5dona que as merecedes:      ←
quatro caralhos franceses      ←
e dous aa prioressa.      ←
  
Pois sodes amiga minha      ←
nom quer'a custa catar,      ←
10quero-vos já esto dar      ←
  ca nom tenho al tam aginha:      ←
quatro caralhos de mesa      ←
que me deu ũa burguesa,      ←
dous e dous ena bainha.      ←
  
15Mui bem vos semelharám      ←
 ca sequer levam cordões      ←
de senhos pares de colhões;      ←
agora vo-los darám:      ←
quatro caralhos asnaes,      ←
20enmanguados em coraes      ←
 com que calhedes a mam.      ←



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Nota geral:

Mais uma composição de linguagem bastante crua. A visada é agora uma abadessa e a cantiga gira à volta de um presente que o trovador alegadamente lhe envia: nada mais nada menos do que um conjunto de "objetos de consolação" (caralhos franceses lhes chama a cantiga), ricamente adornados. A composição toma maliciosamente a forma de um bilhete cortês acompanhando a oferta, com o nome do "servidor" logo no segundo verso.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1604bis, V 1137

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1604bis

Cancioneiro da Vaticana - V 1137


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

A vós dona abadessa      versão audio disponível

Versão de Xurxo Romaní, Koichi Tanehashi