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Pero de Armea


Donzela, quem quer entenderia      ←
que vós mui fremosa parescedes;      ←
se assi é, como vós dizedes,      ←
no mundo vosso par nom havia;      ←
5aun que i vosso par nom houvesse,      ←
quem a meu cu concela posesse,      ←
de parescer bem vencer-vos-ia.      ←
  
Vós andades dizend'em concelho      ←
que sobre todas parescedes bem;      ←
10e com tod'esto, nom vos vej'eu rem,      ←
pero poedes branc'e vermelho;      ←
mais sol que s'o meu cu de si pague      ←
e poser um pouco d'alvaiade,      ←
reveer-s'-á convosco no espelho.      ←
  
15Donzela, vós sodes bem talhada,      ←
se no talho erro nom prendedes      ←
ou em essa saia que vós tragedes;      ←
e pero sodes bem colorada,      ←
quem ao meu cu posesse orelhas      ←
20e lhi bem fingesse as sobrancelhas,      ←
de parescer nom vos devera nada.      ←



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Nota geral:

Comparando o seu traseiro ao rosto de uma donzela presumida, Pero d´Armea encontra aqui uma razom seguramente original, ainda que de questionável bom gosto. A cantiga deve, no entanto, ter tido considerável ressonância entre o círculo dos trovadores afonsinos, a julgar pela cantiga-comentário que Pero d´Ambroa sobre ela compôs.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1602, V 1134
(C 1602)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1602

Cancioneiro da Vaticana - V 1134


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas