Pedro Amigo de Sevilha


Meus amigos, tam desaventurado
me fez Deus, que nom sei hoj'eu quem
fosse no mund'em peor ponto nado,
pois ũa dona [mi] fez querer gram bem,
5fea e velha, nunca eu vi tanto;
e esta dona puta é já quanto,
por que eu moir', amigos, mal pecado.
  
[Ca] esta dona de pram há jurado,
meus amigos, por que perca meu sem,
10que jasca sempre, quand'houver guisado,
ela com outr', e nom dê por mim rem;
e, com tod'aquesto, se Deus mi valha,
jasc'eu morrendo d'amor, e sem falha,
polo seu rostro velh'e enrugado.
  
15E desta dona moito bem diria,
se mi val[vesse]...



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Nota geral:

Mais um escárnio de amor, ou seja, uma cantiga que parodia as normas e lugares-comuns desse género, desta vez traçando um "retrato" satírico da senhor, feito com alguma violência verbal. A cantiga está incompleta.
Não é impossível que tanto esta como as duas cantigas que a precedem nos manuscritos. fossem, musicalmente, cantigas de seguir.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras doblas (rima c singular)
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Fontes manuscritas

B 1595, V 1127

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1595

Cancioneiro da Vaticana - V 1127


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas