Pero Garcia de Ambroa


 Maior Garcia est homiziada,
 que tanto guarda seu corpo, de pram,
que já de noite nunca ela mam,
como as outras, na sua pousada;
5e guarda-se já nunca tanto vi:
ca, u mam hoje, nom marrá crás i,
des i, de noite, nunca dorme nada.
  
 E com tod'est', assi é custuiada,
que nom pod'home sabe[r] seu talam,
10e em mais de cem logares a verám
deitar, mais pouco é i sa ficada;
e u alberga, direi-vos que faz:
nunca homem nẽum na casa jaz
 que o a me nom cate ũa vegada.
  
 15E anda-s'ela tam dessegurada,
come se nunca i prendesse afã;
nom est assi, ca muitos vos dirám
que bem mil vezes lhe metem ciada,
 e nõn'a pode nulh'homem colher
20ena mão, se i a nom acha jazer
ou quando 'sté, ou quando é levantada.
  
E u a poderá homem achar
se nom quando se quiser levantar,
ou ao serão ou aa madrugada?



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Nota geral:

Equívoco sobre uma soldadeira irrequieta, sem poiso certo, alegadamente para melhor se guardar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas (rima c singular)
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1578

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1578


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas