Pero Garcia de Ambroa


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Pedi eu o cono a ũa molher,
e pediu-m'ela cem soldos entom;
e dixe-lh'eu logo: - Mui sem razom
 me demandades; mais, se vos prouguer,
5fazed'ora - e faredes melhor -
ũa soldada polo meu amor,
a de parte, ca nom hei mais mester.
  
Fazem soldada do ouro, que val
 mui mais ca o vosso cono, de pram;
10fazem soldada de vinh'e de pam,
fazem soldada de carn'e de sal;
por en devedes do cono fazer
 soldada, ca nom há-de falescer,
se retalhardes, quem vos compr'o al.
  
15E podede-lo vender, eu o sei,
tod'a retalho, porque saberám
que retalhades, e comprar-vos-am
todos del parte, como eu comprei.
Ainda vos d'al farei mui melhor:
 20se do embiigo havedes sabor,
contra o rabo vo-lo filharei.



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Nota geral:

Apesar da crueza de linguagem, esta cantiga não deixa de partir de uma razom imaginativa: face ao preço exorbitante dos favores de uma dona, Pero d´Ambroa sugere que ela se venda a retalho, ou seja, que faça soldada, expressão em que assenta a composição.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1576

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1576


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Pedi eu o cono a hua molher      versão audio disponível

Versão de Xurxo Romaní, Koichi Tanehashi