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Pero Garcia de Ambroa , João Baveca


- Joam Baveca, fé que vós devedes,      ←
que me digades ora ũa rem      ←
que eu nom sei, e segundo meu sem,      ←
 tenh'eu de pram de vós que o sabedes,      ←
5e por aquesto vos vim preguntar:      ←
cantar d'amor de quem nom sab'amar,      ←
que me digades porque lho dizedes.      ←
  
- Pero d'Ambroa, vós nom m'oiredes      ←
dizer cantar - esto creede bem -      ←
 10senom bem feit'e igual; e por en      ←
nom dig'estes "bõos" que vós fazedes,      ←
ante digo dos que faz trobador      ←
que troba bem e há coita d'amor;      ←
e vós, por esto, nom me vos queixedes.      ←
  
15- Joam Baveca, se vós nom queredes      ←
os meus cantares dizer ant'alguém,      ←
direi-vos ora como vos avém:      ←
nunca por en contra mim per dizedes.      ←
Mais lo que sabe molher bem querer,      ←
20bem quanto sab'o asno de leer,      ←
por namorado porque o metedes?      ←
  
- Pero d'Ambroa, vós mais [nom] podedes      ←
saber de mim do que vos já dix'en:      ←
os cantares que eu digo fez quem      ←
25há grand'amor; mais pois sanha prendedes,      ←
aqui ante todos leix'eu a tençom;      ←
 ca, se quiséssedes caber razom,      ←
dig'eu verdad', esto nom duvidedes.      ←



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Nota geral:

Apesar do jocoso ceticismo que Pedro Amigo de Sevilha exprime numa cantiga quanto à capacidade de Pero d´Ambroa e João Baveca conseguiram levar uma tenção até ao fim (ou se calhar mesmo em resposta a esse ceticismo), o facto é que esta composição é a prova de que eles o conseguiram. Em cima da mesa está a discussão da sinceridade ou da boa execução formal dos cantares que João Baveca dizia. Não sabemos que cantares seriam esses ou quem seria o seu autor. De qualquer forma, é com o trovador ao serviço de quem João Baveca estaria que Pero d´Ambroa se mete aqui, mais do que com ele. Por uma vez, e contra o que é habitual no cancioneiro satírico, vemos um autor fazer a defesa de um outro, atacando ao mesmo tempo, como é da praxe, os cantares do seu adversário na tenção, Pero d´Ambroa.



Nota geral


Descrição

Tenção
Mestria
Cobras uníssonas (rima c singular)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1573

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1573


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas