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  (linha 11)

Nuno Rodrigues de Candarei


 Em gram coita vivo, senhor,      ←
a que me Deus nunca quis dar       ←
conselh'; e quer-xi-me matar      ←
e a mim seria melhor;      ←
5e por meu mal se me detém      ←
– por vingar-vos, mia senhor, bem       ←
de mim, se vos faço pesar.      ←
  
E assi hei eu a morrer,      ←
veendo mia mort'ante mi      ←
10e nunca poder filhar i      ←
conselho, nen'o atender      ←
de parte do mund'; e bem sei,      ←
senhor, que assi morrerei,      ←
pois assi é vosso prazer.      ←
  
15E ben'o podedes fazer,      ←
se vos eu morte mereci;      ←
mais, por Deus, guardade-vos i,       ←
 ca tod'é em vosso poder.      ←
E, senhor, preguntar-vos-ei:      ←
20por serviço que vos busquei,       ←
 se hei por en mort'a prender?      ←



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Nota geral:

O trovador queixa-se do seu mal de amor, que o levará à morte. No entanto, essa morte tarda, e o seu sofrimento prolongado será talvez a vingança da senhora pelo incómodo que o seu amor lhe causa. No final o trovador pede-lhe para não o matar, pois o serviço que sempre lhe prestou não justifica a morte.
A cantiga aparece duas vezes nos Cancioneiros, numa delas sendo atribuída a João de Gaia (mas com uma estrofe suplementar, nessa ocorrência, a 2ª). Remetemos para a nota de autoria, onde discutimos os dados do problema.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras doblas
Palavra(s)-rima: imperf. (v. 3 em II e III)
i
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 68, B 181bis

Cancioneiro da Ajuda - A 68

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 181bis


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas