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  (linha 13)

Nuno Rodrigues de Candarei


Bem devíades, mia senhor,       ←
de mim cousimento prender;       ←
e pois vo-lo Deus faz haver,      ←
e quantas outras cousas som,       ←
5em que teedes por razom      ←
de me leixar morrer d'amor      ←
e me nom queredes valer?      ←
  
E d'al estou de vós peior:      ←
que mi nom queredes creer;      ←
10e veedes meu sem perder      ←
por vós; e há mui gram sazom,      ←
mia senhor fremosa, que nom       ←
 houve de mim nem d'al sabor,      ←
quando vos nom pudi veer.      ←
  
15E pois me vos Deus quis mostrar       ←
aqui, direi-vos ũa rem:      ←
se mi vós nom fazedes bem,      ←
por quanto mal por vós levei,      ←
já eu viver nom poderei;      ←
20que me querrá cedo matar      ←
a coita que mi por vós vem.      ←
  
Mais venho-vos por Deus rogar       ←
que vos prenda doo por en      ←
de mi, que faç'este mal sem,      ←
25onde me nunca partirei.      ←
Pero d'al vos preguntarei:      ←
como podedes desamar      ←
quem s'assi por voss'home tem?      ←



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Nota geral:

O trovador começa por dizer à sua senhora (estando na sua presença, como compreendemos nos vv. 15/16) que ela, a quem Deus deu tanta sensatez, deveria ser mais sensata em relação a ele, não o deixando morrer. E outra queixa ainda lhe faz: a de não acreditar nele, mesmo vendo-o ficar louco e há muito sem gosto por nada quando não a pode ver. Porque, se ela não o favorecer, em breve morrerá. Pede-lhe, enfim, que tenha dó dele, pois nunca desistirá da insensatez de a amar. De resto, se ele se declara seu homem (seu vassalo) que motivo tem ela para lhe querer mal?



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras doblas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 180

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 180


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas