Toponímia referida na cantiga:
  (linha 11)

Gil Peres Conde


Bem sabedes, senhor rei,      ←
des que fui vosso vassalo,      ←
que sempre vos aguardei      ←
quer a pé quer de cavalo,      ←
5sem voss'haver e sem dõa;      ←
 mais atanto vos errei:       ←
       nom fui vosco em hora bõa.      ←
  
E em terra de Campou      ←
vos servi e em Olmedo;      ←
10assi fiz em Badalhou      ←
e outrossi em Toledo,      ←
quand[o] i filhaste corõa;      ←
mais atanto me mengou:      ←
       nom fui vosco em hora bõa.      ←
  
15Fostes mui bem aguardado      ←
de mim sempre u vós andastes,      ←
e nunca fui escusado,      ←
nem vós nunca me escusastes,      ←
de servir per mia pessõa;      ←
20mais em tanto fui errado:      ←
       nom fui vosco em hora bõa.      ←



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Nota geral:

Mais uma cantiga que se junta a todas aquelas em que Gil Peres Conde nos dá conta da sua má sorte em Castela. Em ritmo muito vivo e dirigindo-se mais uma vez diretamente ao rei, o trovador acaba por concluir, não sem ironia, que se tinha posto ao seu serviço numa hora menos feliz.
A referência à coroação do rei em Toledo, cidade onde D. Sancho IV foi coroado, implica necessariamente que é a este monarca que o trovador se dirige nesta cantiga (já que o seu pai, Afonso X, foi coroado em Sevilha). De resto, tendo em conta as referências toponímicas da cantiga, é possível que ela date dos finais do primeiro ano do reinado de D. Sancho (1284), já que entre Outubro e Dezembro desse ano o monarca percorreu um itinerário semelhante.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1532

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1532


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas