Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 4)

Gil Peres Conde


Quem nunca sal da pousada      ←
pera ir em cavalgada      ←
e quitam come mesnada      ←
       del-rei ou de Dom Fernando,      ←
5ai Deus, aquesta soldada      ←
       se lha dam por aguilhando?      ←
  
Quem nom tem aqui cavalo      ←
nem alhur, nem quer comprá-lo,      ←
e quitam come vassalo      ←
10       del-rei ou de Dom Fernando,      ←
ai Deus, pois mandam quitá-lo,      ←
       se lha dam por aguilhando?      ←
  
Quem nunca troux'escudeiro      ←
nem comprou armas d'armeiro,      ←
15quitam come cavaleiro      ←
       del-rei ou de Dom Fernando?!      ←
Ai Deus, tanto bom dinheiro      ←
       se lho dam por aguilhando?      ←



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Nota geral:

Nova cantiga contra os cavaleiros oportunistas. Aqui o remoque de Gil Peres Conde dirige-se a um deles que, não se apresentando nem se armando como devia, não deixava, mesmo assim, de receber pagamento, ou soldada. A ironia reside sobretudo na curiosa expressão popular do refrão que refere essa soldada, se lha dam por aguilhando, expressão que remeterá para os donativos concedidos em determinadas festividades (e que talvez possamos entender como o nosso atual "bodo aos pobres").. É também percetível uma crítica velada, se não ao rei, pelo menos aos seus funcionários administrativos.
Pelas referências feitas ao Infante D. Fernando, primogénito de Afonso X, a composição terá sido certamente composta entre 1268, ano do seu casamento, e 1275, ano da sua morte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1520

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1520


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas