Vasco Peres Pardal


De qual engano prendemos
aqui, nom sab'el-rei parte:
como leva quant'havemos
de nós Balteira per arte;
5ca x'é mui mal engan[ad]o,
se lh'alguém nom dá conselho,
 o que tem cono mercado,
se lhi por el dam folhelho.
  
Balteira, como vos digo,
10nos engana tod'est'ano
 e nom há mesura sigo;
mais, par fé, sem mal engano,
nom terria por guisada
cousa - se el-rei quisesse -
15de molher cono nem nada
vender, se o nom houvesse.
  
E somos mal enganados
todos desta merchandia
e nunca imos vingados;
20mais mande Santa Maria
que prenda i mal joguete
o d'Ambrõa, que a fode,
e ela, porque pormete
cono, poilo dar nom pode.



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Nota geral:

Jocosa queixa contra a soldadeira Maria Balteira, que enganaria tudo e todos com falsas promessas. É muito curiosa a referência final à exceção que constituiria Pero d´Ambroa, e que confirma que entre ambos teria havido uma ligação mais do que ocasional, como algumas cantigas do próprio Pero d´Ambroa dão a entender.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1506

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1506


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas