Cantiga com provérbio:
Castanhas saídas, velhas por souto
  (linha 4)

João Garcia de Guilhade


 Dom Foam disse que partir queria
quanto lhi derom e o que havia.
E dixi-lh'eu, que o bem conhocia:
        "Castanhas eixidas, e velhas per souto".
  
5E disso-m'el, quando falava migo:
- Ajudar quero senhor e amigo.
E dixi-lh'eu: - Ess'é o verv'antigo:
       "Castanhas saídas, e velhas per souto".
  
E disso-m'el: - Estender quer'eu mão
 10e quer'andar já custos'e loução.
E dixi-lh'eu: - Esso, ai Dom Foão:
       "Castanhas saídas, e velhas per souto".



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Nota geral:

Cantiga contra um cavaleiro cujas nobres intenções de repartir os seus bens mal escondiam os seus fracos recursos. A realidade da sua situação financeira é ironicamente mostrada através do provérbio que serve de refrão à cantiga, provérbio que se perdeu, mas cujo sentido é fácil de entender: como as velhas que rebuscam no chão as castanhas esquecidas na apanha, a isso se resume a bazófia do cavaleiro. A expressão atual equivalente será: "rebuscando no fundo da mala".



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1502

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1502


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas