Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 1)

João Garcia de Guilhade


A Dom Foam quer'eu gram mal      ←
e quer'a sa molher gram bem;      ←
 gram sazom há que m'est'avém      ←
e nunca i já farei al;      ←
 5ca, des quand'eu sa molher vi,      ←
se púdi, sempre a servi      ←
e sempr'a ele busquei mal.      ←
  
Quero-me já maenfestar,      ←
e pesará muit'[a] alguém,      ←
 10mais, sequer que moira por en,      ←
dizer quer'eu do mao mal      ←
e bem da que mui bõa for,      ←
qual nom há no mundo melhor,      ←
quero-[o] já maenfestar.      ←
  
15De parecer e de falar      ←
e de bõas manhas haver,      ←
ela, nõn'a pode vencer      ←
dona no mund', a meu cuidar;      ←
ca ela fez Nostro Senhor      ←
20e el fez o Demo maior,      ←
e o Demo o faz falar.      ←
  
E pois ambos ataes som,      ←
como eu tenho no coraçom,      ←
os julg'Aquel que pod'e val.      ←



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Cantiga que une o elogio de uma dona com o ataque ao seu marido, explicitando claramente o que seriam os bastidores do amor cortês. É provável que a composição se possa relacionar com o ménage à trois aludido numa outra cantiga do trovador. Repare-se no dobre nos versos 1 e 7 de cada estrofe.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas (rima c I singular)
Dobre: (vv. 1 e 7 de cada estrofe)
mal (I), já maenfestar (II), falar (III)
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1500, V 1110

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1500

Cancioneiro da Vaticana - V 1110


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas