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João Garcia de Guilhade


Ora quer Lourenço guarir      ←
pois que se quita de rascar;      ←
 e já guarria, a meu cuidar,      ←
se ora houvesse que vestir      ←
5[.......................em]      ←
e já nulh'home nom se tem      ←
por devedor de o ferir.      ←
  
E se se quisesse partir,      ←
como se partiu do rascar,      ←
10d'um pouco que há de trobar,      ←
poderia mui bem sair      ←
de todo, por se quitar en,      ←
 e nõn'o ferriam por en      ←
os que o nom querem oir.      ←
  
15E seria conhocedor      ←
de seu trobar, por nom fazer      ←
os outros errados seer;       ←
e el guarria mui melhor      ←
sem trobar e sem citolom,      ←
20pois perdeu a voz e o som,      ←
por que o feriam peior.      ←



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Nota geral:

Continuam os gracejos contra Lourenço. Segundo Guilhade, é pena que o jogral não se decida também a abandonar as suas veleidades em matéria de composição trovadoresca: seria a única maneira de escapar aos que lhe querem bater.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras doblas
Palavra(s)-rima: imperf. (v. 2 em I e II):
rascar
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1497, V 1107

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1497

Cancioneiro da Vaticana - V 1107


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas