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  (linha 9)

Airas Carpancho


 Quisera-m'ir - tal conselho prendi,      ←
  e foi coitad'e tornei-me por en;      ←
e tod'home que me conselhar bem      ←
conselhar-mi-á que more sempr'aqui:      ←
5por um dia que mia senhor nom vi,      ←
d'atant'houver'a morrer com pesar.      ←
       Quem me quiser venha-m'aqui buscar.      ←
  
Tod'home que souber meu coraçom      ←
 nulha culpa nom me dev'apoer      ←
10por eu morar u podesse veer      ←
a mia senhor, por que moiro: ca nom      ←
m'hei a partir daqui nulha sazom,      ←
aguardando que lhe possa falar.      ←
       Quem me quiser venha-m'aqui buscar.      ←
  
15Nostro Senhor! E quem me cousirá      ←
daqui morar? Ca já ir-me cuidei      ←
e foi coitado como vos direi:      ←
que nunca já tam coitado será      ←
home no mundo; e mais vos direi já:      ←
20doutra tal coita me quer'eu guardar.      ←
       Quem me quiser venha-m'aqui buscar.      ←
  
Deu'lo sabe que me quisera ir,      ←
 de coraçom, morar a cas d'el-rei!      ←
Mais direi-vos o por que o leixei:      ←
25por amor, que mi o nom quis consentir.      ←
E pois amor nom me leixa partir      ←
da mia senhor, nem daqueste logar,      ←
       quem me quiser venha-m'aqui buscar.      ←



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Nota geral:

Tendo decidido partir (para a corte, como refere na última estrofe), o trovador depressa volta para trás, uma vez que a dor de viver longe da sua senhora lhe é insuportável. O refrão da cantiga resume de forma muito expressiva esse amor que não o deixa partir (como é dito no v. 26).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 64, B 176

Cancioneiro da Ajuda - A 64

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 176


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas