João Garcia de Guilhade


Um cavalo nom comeu
há seis meses, nem s'ergeu;
mais proug'a Deus que choveu,
       creceu a erva,
5e per cabo si paceu,
       e já se leva!
  
Seu dono nom lhi buscou
cevada, nen'o ferrou;
mailo bom tempo tornou,
10       creceu a erva,
e paceu, e arriçou,
       e já se leva!
  
Seu dono nom lhi quis dar
cevada, nen'o ferrar;
15mais, cabo d'um lamaçal,
       creceu a erva,
e paceu, arriçou [ar],
       e já se leva!



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Nota geral:

Sátira a um cavaleiro, através do retrato do seu cavalo miserável e faminto, que sobrevive in extremis porque a Natureza é mãe: uma chuva providencial fez crescer a erva perto do lugar onde jazia.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1486, V 1098

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1486

Cancioneiro da Vaticana - V 1098


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Un cavalo non comeu      versão audio disponível

Versão de Manuel Pedro Ferreira, Paul Hillier

Un cavalo non comeu      versão audio disponível

Versão de Manuel Pedro Ferreira, Supramúsica

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas