Airas Peres Vuitorom


Joam Nicolás soube guarecer
de mort'um hom'assi per sa razom,
(que foi julgad'a Foro de Leon):
que nom devia de mort'a 'storcer;
5e socorreu-s'assi com esta lei:
"que nom deve justiça fazer rei
em home que [e]na mão [nom] colher".
  
E pois el viu que devia prender
mort'aquel hom'assi disse-lh'entom:
10- "Ponho que fez aleiv[e] e traiçom
e cousa já per que deva morrer.
Dizede vós: se a terra leixar,
que me nom achem i a justiçar,
se poderám em mi justiça fazer?"



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Nota geral:

Cantiga algo obscura, dirigida a este João Nicolás, que encontrava argumentos jurídicos para não ser executada a sentença de um homem condenado à revelia. A composição poderá estar incompleta, já que os argumentos avançados a partir do meio da segunda estrofe parecem iniciar um qualquer equívoco que eventualmente se desenvolveria.
Embora Lapa1 entenda que este João Nicolás seria um homem de leis, não deixa de ser curiosa a homonímia com Mestre João Nicolás, o conhecido físico (e também privado) de Afonso X.

Referências

1 Lapa, Manuel Rodrigues (1970), Cantigas d´Escarnho e de Maldizer dos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, 2ª Edição, Vigo, Editorial Galaxia.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas (rima c singular)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1484, V 1096

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1484

Cancioneiro da Vaticana - V 1096


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas