Pesquisa no glossário
  (linha 21)

João Airas de Santiago


Ai Justiça, mal fazedes, que nom      ←
queredes ora dereito filhar      ←
de Mor da Cana, porque foi matar      ←
 Joan'Airas, ca fez mui sem razom;      ←
5mais se dereito queredes fazer,      ←
ela el devedes a meter,      ←
ca o manda o Livro de Leon.      ←
  
Ca lhi queria gram bem, e des i      ←
nunca lhi chamava senom senhor;      ←
10e quando lh'el queria mui milhor,      ←
foi-o ela logo matar ali;      ←
mais, Justiça, pois tam gram torto fez,      ←
metede-a já sô el ũa vez,      ←
ca o manda o dereito assi.      ←
  
15E quando mais Joan'Airas cuidou      ←
que houvesse de Mor da Cana bem,      ←
foi-o ela logo matar por en,      ←
tanto que el em seu poder entrou;      ←
mais, Justiça, pois que assi é já,      ←
20metam-na sô el, e padecerá      ←
a que o a mui gram torto matou.      ←
  
E quen'os ambos vir jazer, dirá:      ←
- Beeito seja aquel que o julgou!      ←



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Maliciosa cantiga na qual João Airas brinca com uma das penas de um antigo livro de Leis, a de enterrar o assassino por baixo da sua vítima. Como Mor de Cana o mata de amores, é essa a pena (com a respetiva posição) que ele exige que lhe seja aplicada.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1466, V 1076

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1466

Cancioneiro da Vaticana - V 1076


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas