João de Gaia


Se eu, amigos, u é mia senhor,
viver ousasse, por tod'outro bem
que Deus no mundo a outro pecador
fazer quisess', eu já, per boa fé,
5rem nom daria; mais, pois assi é
e que nom ous'i a viver, convém
  
que moir', amigos, ca nom sei eu quem
viver podesse, pois nom ousass'ir
u est aquela que sa vida tem
10em seu poder e seu bem e seu mal,
como ela tem de mi; e nom me val
rem contra ela, nem me val servir
  
  ela, que sérvio, pero que mi oir
nom quer mia coita, nem me quer i dar
15conselho, amigos, nem quer consentir
que a veja, nem que more u a veer
possa per rem e meu gram bem querer
e meu serviço tod'é seu pesar
  
pero, amigos, hei eu [...]



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Nota geral:

Dirigindo-se aos seus amigos, o trovador diz-lhes que nada no mundo lhe agradaria mais do que viver perto da sua senhora, mas, como não ousa fazê-lo, só lhe resta morrer. E não ousa porque, por muito que ela a sirva, ela se recusa a ouvir as suas mágoas, não consentindo sequer que ela a veja ou que more perto dela.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
Ateúda (atá finda?)
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Fontes manuscritas

B 1449, V 1059

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1449

Cancioneiro da Vaticana - V 1059


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas