| | | Pero Gomes Barroso |
| | | | Moir'eu aqui d'adessoriam | | | | e dizem ca moiro d'amor; | | | | e haveria gram sabor | | | | de comer, se tevesse pam; | | 5 | | e, amigos, direi-vos al: | | | | moir'eu do que em Portugal | | | | morreu Dom Ponço de Baiam. | | | | | E quantos m'est'a mi dit'ham, | | | | que nom posso comer d'amor, | | 10 | | dê-lhis Deus [a]tam gram sabor | | | | com'end'eu hei; e v[e]erám | | | | que há gram coita de comer | | | | quem dinheiros nom pod'haver | | | | de que o compr'e nom lho dam. |
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| Nota geral: Pero Gomes Barroso expõe as verdadeiras razões do seu mau aspeto: ao contrário do que dizem, ele não morre de amor, morre de fome. A cantiga inclui uma referência curiosa, mas assaz obscura, à morte do fidalgo português D. Ponço de Baião (tio do trovador D. Afonso Lopes de Baião), que, pelo que se depreende, teria morrido igualmente de fraqueza. Não temos, no entanto, dados que permitam ir além destas suposições. Eventualmente, esta referência será um qualquer remoque indireto ao próprio D. Afonso Lopes de Baião, e, neste caso, talvez tendo ainda como contexto as tensões políticas em torno da deposição de D. Sancho II e da subida ao trono de Afonso III, de quem o senhor de Baião foi um dos mais fiéis partidários. Mas é apenas uma hipótese.
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Nota geral
Descrição
Cantiga de Escárnio e maldizer Mestria Cobras uníssonas (rima c singular) Palavra(s)-rima: (vv. 2 e 3 de cada estrofe) d'amor, gram sabor (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 1441bis, V 1052
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Desconhecidas
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
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