Nota geral: Cantiga de ritmo muito vivo, mas um tanto obscura. Parece tratar-se de uma sátira a um cavaleiro novato (armado recentemente cavaleiro), a braços com uma sela muito usada. Se a expressão a for de Castela (v. 3) aludir ao Fuero Real, legislação promulgada por Afonso X, destinada a atualizar e unificar as antigas leis locais, e que foi um dos focos de tensão do monarca com os seus ricos-homens revoltosos (que exigiam a sua revogação) (O´Callaghan1), é bem possível que a sátira a este cavaleiro novato fosse politicamente orientada. De resto, a sátira a selas desconjuntadas não é um tema desconhecido do cancioneiro satírico, já que é o motivo central do longo ciclo de cantigas que D. Lopo Lias dirigiu a uns cavaleiros de Lemos. Acrescente-se ainda que, a complicar a brevidade epigramática da composição e incerteza quanto ao seu contexto, o manuscrito apresenta algumas dificuldades de leitura
Referências 1 O´Callaghan, Joseph F. (1996), El Rey Sabio. El reynado de Alfonso X de Castilla, Sevilla, Universidad de Sevilla, 2ª ed. 1999, p. 119.
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