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  (linha 14)

João Soares Coelho


 Joam Fernández, o mund'é torvado      ←
 e, de pram, cuidamos que quer fiir:      ←
veemo'lo Emperador levantado      ←
 contra Roma, e Tártaros viir,      ←
 5e ar veemos aqui dom pedir      ←
Joam Fernández, o mouro cruzado.      ←
  
E sempre esto foi profetizado      ←
par dous e cinco sinaes da fim:      ←
seer o mundo assi como é miscrado,      ←
10e ar torná'-s'o mouro pelegrim      ←
- Joam Fernández, creed'est'a mi[m]      ←
que sõo home [mui] bem leterado.      ←
  
 E se nom foss'o Antecristo nado,      ←
nom averria esto que avém:      ←
 15nem fiar[a] o senhor no malado      ←
nen'o malado [e]no senhor rem,      ←
nem ar iria a Ierusalém      ←
Joam Fernández, [o] nom bautiçado.      ←



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Nota geral:

Segunda cantiga de João Soares dirigida ao "mouro" João Fernandes (ver primeira), o qual, pelos vistos, se preparava para partir em cruzada aos Lugares Santos (ou estaria de regresso, já que este ponto não é claro). Como a anterior, esta composição baseia-se novamente num equívoco sobre a identidade do mouro citado (o próprio João Fernandes "que semelhava mouro"). As referências muito concretas da cantiga, nomeadamente à luta do imperador Frederico II de Sicília contra o Papa, bem como à invasão dos Mongóis, permitem-nos datar a composição dos anos 1241-1242. A ser assim, é possível que a cruzada referida seja a efetuada pelo rei Teobaldo I de Navarra, entre os anos 1239-1241.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras rima a uníssona, rima b singular
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Fontes manuscritas

V 1013

Cancioneiro da Vaticana - V 1013


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas