Gonçalo Anes do Vinhal


Nom levava nem dinheiro
 ogan', u houvi passar
  per Campos e quix pousar
em casa d'um cavaleiro
 5que se tem por infançom;
e soltou-m'um cam entom,
e mordeu-mi o seendeiro.
  
Por meu mal, então, senlheiro
houvi ali a chegar
10- que nom chegass'! - a logar
  u [er'] atal fareleiro;
 ca el, se fosse santom,
nom fora ao vergalhom
roxo do meu seendeiro.
  
15Nom vistes peior parado
albergue do que achei
entom, quand'a el cheguei;
nem vistes mais estirado
 home ca fui d'um mastim;
20e fez-mi tal o rocim
 que semelhava lobado.
  
Nom fui eu bem acordado,
 poilo da porta catei
dentro, porque o chamei:
25pôs-mi o gram cam enriçado,
que nunc'a [morder] fez fim,
atá que fez[o] em mim
qual fez no rocim lobado.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Típica sátira contra a falta de hospitalidade de um infanção, que, como boas-vindas, solta um enorme cão contra o trovador.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras doblas
Palavra(s)-rima: (v. 7 de cada estrofe)
seendeiro (I, II), lobado (III, IV)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

V 1002

Cancioneiro da Vaticana - V 1002


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas