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Gonçalo Anes do Vinhal


Em gram coita andáramos com el-rei      ←
per esta terra u com el andamos,      ←
se nom fosse que quis Deus que achamos      ←
[taes] infanções quais vos eu direi:      ←
5que entram nosc'em dõas cada dia      ←
e jantam e ceam a gram perfia      ←
 e burlam corte, cada u chegamos.      ←
  
Taes barvas [d']infanções nom sei,      ←
e todos nos deles maravilhamos;      ←
10e, pero os infanções chamamos,      ←
vedes, amigos, tanto vos direi:      ←
eu por infanções non'os terria,      ←
mais som-x', a graça de Santa Maria      ←
e Sam Juïão, com que albergamos.      ←
  
15Sempre Deus por sa vida rogarei,      ←
e dereit'é que todo'lo façamos,      ←
pois deles todos tant'amor filhamos      ←
em sa terra, quanto vos eu direi:      ←
qualquer deles nos fez quanto devia,      ←
20mais tant'é grand[e] a nossa folia,      ←
 que nulhas graças lhis ende nom damos.      ←



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Nota geral:

Remoque, em pura ironia, a uns infanções cuja súbita prodigalidade parece causar espanto nas hostes reais. Em entrelinhas note-se a alusão ao seu aspeto (ninguém diria que são infanções) e ao facto de essa prodigalidade não merecer agradecimentos: fazem apenas o que deveriam fazer.
A cantiga talvez fosse potenciada pelo seu contexto, que desconhecemos - por exemplo, o de poder ter sido composta em terras distantes da fronteira de guerra, onde seria fácil prestar serviço ao rei. Mas não temos quaisquer elementos que nos permitam confirmar esta hipótese.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 4 de cada estrofe)
vos (eu) direi
(Saber mais)


Fontes manuscritas

V 1001

Cancioneiro da Vaticana - V 1001


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas