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  (linha 21)

Rui Queimado


O Demo m'houvera hoj'a levar      ←
a ũa porta d'um cavaleiro,      ←
por saber novas; e o porteiro      ←
foi-lhi dizer que querria jantar;      ←
5e el tornou[-se] logo sa via      ←
 com dous cães grandes que tragia      ←
que na porta m'houveram de matar.      ←
  
E começava-os el d'arriçar,      ←
de trá'la porta d'um seu celeiro,      ←
10um mui gram cam negr'e outro veiro;      ←
 e começavam-s'a mi de touçar      ←
em cima da besta em que ia;      ←
e jurand'eu: - Par Santa Maria,      ←
por novas vos quisera preguntar.      ←
  
15Três cães eram grandes no logar,      ←
 mais nom saiu o gram fareleiro;      ←
mais os dous, que sairom primeiro,      ←
 nom lhis cuidei per rem a escapar;      ←
pero jurava que nom queria      ←
20ali decer, tanto me valia      ←
como se dissess': - Alá quer'entrar!      ←
  
E dix'eu logo, pois m'en partia:      ←
- Sei-m'eu que assi convidaria      ←
o coteife peideir'em seu logar.      ←



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Nota geral:

Na sátira a este infanção entram em cena três cães, dois deles atiçados pelo seu dono contra o pobre trovador que, segundo nos diz, teria parado à sua porta apenas para saber notícias. É um tema semelhante ao que encontramos numa cantiga de Gonçalo Eanes do Vinhal.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Cobras uníssonas
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1385, V 994
(C 1385)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1385

Cancioneiro da Vaticana - V 994


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas