Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 1)

Pero Garcia Burgalês


Que muito mi de Fernam Diaz praz,      ←
que fez el-rei Dom Afonso meirinho,      ←
e nom cata parente nem vezinho      ←
com sabor de tee'la terra em paz:      ←
5se o pode por malfeitor saber,      ←
vai sobr'el; e se o pode colher      ←
na mão, logo del justiça faz.      ←
  
E porque há Dom Fernando gram prez      ←
das gentes todas de mui justiceiro,      ←
10o fez el-rei meirinho, dês Viveiro      ←
atá Carriom, ond'outro nunca fez;      ←
e se ouve de malfeitor falar,      ←
vai sobr'el, e nom lhi pod'escapar,      ←
e faz-lhi mal jogo por ũa vez.      ←
  
15E cuidará del quen'o vir aqui,      ←
que o vir andar assi calado,      ←
 ca nom sabe parte nem mandado      ←
de tal justiça fazer qua[l] lh'eu vi:      ←
leixou a gente adormecer entom      ←
  20e trasnoitou sobr'um hom'a Leon,      ←
e fez sobr'el gram justiça log'i.      ←



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Nota geral:

Saudação à nomeação de Fernão Díaz como meirinho, baseada num divertido equívoco: é que ele não poderia ver um malfeitor sem "cair logo sobre o homem", e fazer justiça imediata.
Oa equívocos sobre a alegada homossexualidade deste meirinho de Afonso X são retomados não só pelo próprio Pero Garcia Burgalês, mas por diversos outros trovadores do círculo afonsino.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1379, V 987

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1379

Cancioneiro da Vaticana - V 987


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas