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Martim Soares

Rubrica:

 

Esta outra cantiga fez a um cavaleiro que foi cativo e deu por se quitar maior haver que pôde, que tinham os homes que nom valia el tanto.


Um cavaleiro se comprou,      ←
 pera quitar-se de Jaen,      ←
  u jazia pres', e custou      ←
pouco; pero nom mercou bem,      ←
 5ante tenho que mercou mal,      ←
 ca deu por si mais ca nom val;      ←
 e tenho que fez i mal sem.      ←
  
Tam pouco soub'el de mercar,      ←
que nunca eu tam pouco vi:      ←
10ca se quitou de se comprar,      ←
 e tam grand'engano prês i      ←
que, pero s'ar queira vender,      ←
já nunca poderá valer      ←
o meio do que deu por si.      ←
  
15De se comprar houv'el sabor      ←
tam grande, que se nom guardou      ←
de mercar mal; e fez peior      ←
porque s'ante nom conselhou:      ←
ca diz agora sa molher      ←
20que este mercado non'o quer      ←
caber, pois el tam mal mercou.      ←



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Nota geral:

A rubrica que acompanha a cantiga explica bem esta sátira que Martim Soares dirige a um ex-prisioneiro de guerra, que tinha pagado um elevado montante pelo seu próprio resgate, e de quem nem a mulher parece desejar o regresso. Como a conquista cristã de Jaén foi em 1246, a cantiga é certamente anterior.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1359, V 967

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1359

Cancioneiro da Vaticana - V 967


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas