Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 5)

Estêvão da Guarda


 Pero el-rei há defeso      ←
que juiz nom filhe peito      ←
do que per ant'el há preito,      ←
vedes o que hei apreso:      ←
5       quem s'ajudar quer do Alho      ←
       faz barata d'alg'e dá-lho.      ←
  
Pero que é cousa certa      ←
que el-rei pôs tal defesa,      ←
ond'a bom juiz nom pesa,      ←
10dizem que, per encoberta,      ←
       quem s'ajudar quer do Alho      ←
       faz barata d'algu'e dá-lho.      ←
  
Pero em tod'home cabe,      ←
em que há sem e cordura,      ←
 15que se aguarde tal postura,      ←
vedes que diz quen'o sabe:      ←
       quem s'ajudar quer do Alho      ←
       barata d'algu'e dá-lho.      ←
  
Em prata ou em retalho      ←
 20ou em dobras em bisalho.      ←



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Sátira a um juiz corrupto que, contrariando as disposições régias que impediam os juízes de receber o que quer que fosse das partes, aceitava tudo o que lhe quisessem dar. Segundo Resende de Oliveira1, tratar-se-á, certamente, de João Alho, corregedor na Beira de 1358 a 1362 (muito embora a cantiga possa ser anterior). De qualquer forma, o seu nome teria já o mesmo sentido atual de "espertalhão".

Referências

1 Oliveira, António Resende de (1993), “Estêvão da Guarda”, Dicionário da Literatura Medieval Galega e Portuguesa, Lanciani, Giulia e Tavani, Giuseppe (org.), Lisboa, Editorial Caminho.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1326, V 932

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1326

Cancioneiro da Vaticana - V 932


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas