Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 5)

Estêvão da Guarda


 Com'aveo a Merlim de morrer      ←
per seu gram saber que el foi mostrar      ←
a tal molher, que o soub'enganar,      ←
 per essa guisa se foi confonder      ←
 5Martim Vasquez, per quanto lh'eu :      ←
que o tem mort'ũa molher assi,      ←
a que mostrou, por seu mal, seu saber.      ←
  
E tal coita diz que lhe faz sofrer      ←
no coraçom, que se quer afogar:      ←
 10nem er pode, u a nom vir, durar;      ←
em torna d'i, o faz esmorecer      ←
e, per saber que lh'el mostrou, o tem      ←
tam coitado, que a morrer convém      ←
 de mort'estrãia que há padecer.      ←
  
15E, o que lh'é mais grave de temer,      ←
per aquelo que lh'el foi ensinar,      ←
diz que sabe que o pod'ensarrar      ←
em tal logar u convém d'atender      ←
atal morte de qual morreu Merlim,      ←
20u dará vozes, fazendo sa fim,      ←
 ca nom pod'el tal mort'estraecer.      ←



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Nota geral:

Nesta segunda cantiga do pequeno ciclo satírico que Estêvão da Guarda dedica a Martim Vasques (ver restantes), continua a zombaria contra o clérigo, aqui a partir de uma curiosa comparação com o mago Merlim e a fada Viviana, personagens dos célebres romances de cavalaria do ciclo bretão da Távola Redonda. As alusões são agora a uma mulher a quem ele, tal como Merlim, teria ensinado as artes mágicas, com o inevitável resultado de se ter virado o feitiço contra o feiticeiro.
O Conde D. Pedro de Barcelos dirige também uma cantiga contra a mesma personagem.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas (rima c singular)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1324, V 930

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1324

Cancioneiro da Vaticana - V 930


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas