| | | Estêvão da Guarda |
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| | | Alvar Rodriguiz dá preço d'esforço |
| | | a est'infante mouro pastorinho |
| | | e diz que, pero parece menin[h]o, |
| | | que parar-se quer a tod'alvoroço; |
| 5 | | e maestr'Ali, que vejas prazer, |
| | | d'Alvar Rodriguiz punha de saber |
| | | se fode já este mouro tam moço. |
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| | | Diz que per manhas e per seu sembrante |
| | | sab'el do mouro que hom'é comprido |
| 10 | | e pera parar-se a tod'arroído; |
| | | e que sabe que tal é seu talante; |
| | | e maestr'Ali, que moiras em fé, |
| | | d'Alvar Rodriguiz sab'ora como é |
| | | e se fode já este mour'infante. |
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| 15 | | El diz do mouro que sabe que ten'o |
| | | seu coraçom em se parar a feito, |
| | | porque o cria e lhi sab'o jeito, |
| | | pero parece de corpo pequeno; |
| | | e maestr'Ali sab'i ora bem |
| 20 | | d'Alvar Rodriguiz, poilo assi tem, |
| | | se fode já este mouro tam neno. |
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Nota geral: Nova cantiga dirigida a Álvaro Rodrigues, personagem a quem Estêvão da Guarda dirige cinco cantigas. Aqui, num bem achado equívoco, apesar da crueza de linguagem, o trovador parece aludir a práticas homossexuais que ele manteria com um seu jovem criado muçulmano. O equívoco assenta, como se compreende, na indefinição do sujeito do verbo do refrão (numa leitura "inocente", o que o trovador pretende saber é se o rapaz já é homem, "este mouro" funcionando como sujeito do verbo ; mas o sujeito pode ser igualmente Álvaro Rodrigues). Apesar do tema ser aparentemente privado, não é impossível que esta e as restantes quatro composições pudessem ter um enquadramento político. Vejam-se a esse respeito, as notas antroponímicas referentes a Álvaro Rodrigues e também a Mestre Ali, a personagem referida nos quintos versos de cada estrofe (personagem que, parecendo ser apenas o interlocutor a quem o trovador pede a informação, pode ser bem mais do que isso). A cantiga seguinte dos manuscritos prolonga, de forma semelhante, esta mesma temática. Acrescente-se que o Conde D. Pedro de Barcelos dirige também uma cantiga a esta personagem.
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