Antroponímia referida na cantiga:
  (linha 1)

Estêvão da Guarda

Rubrica:

   

Esta cantiga foi feita a um que fora privado del-Rei, e quando estava mui bem do amor del-Rei, apoinham-lhe que era mui levantado como homem de mal recado e aas vezes, quando el-Rei nom fazia sa vontade, tornava mui manso e mui cordo e mui misurado.


Diss'hoj'el-rei: - Pois Dom Foão mais val      ←
seendo pobre - o gram bem fazer      ←
que lh'eu fiz sempre o faz ensandecer -,      ←
se m'el bem quer, meus amigos, em tal      ←
5       que me queira já mal, mal lhi farei      ←
       padecer, e desensandecê-l'-ei.      ←
  
Pois em pobreza nom sal de seu sem      ←
e o bem fazer o torna sandeu,      ←
por padecer o que nom padeceu,      ←
10pero, meus amigos, diz que me quer bem,      ←
       que me queira já mal, mal lhi farei      ←
       padecer, e desensandecê-l'-ei.      ←
  
Pois lhi Deus atal ventura deu      ←
que em pobreza tod'o seu sem há      ←
15e com bem fazer sandice lhi dá,      ←
pero m'el quer bem e se tem por meu,      ←
       que me queira já mal, mal lhi farei      ←
       padecer, e desensandecê-l'-ei.      ←



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Nota geral:

Cantiga que a rubrica explica perfeitamente. Não sabemos quem seria este privado, mas não é impossível que fosse de novo o bispo D. Miguel Vivas, a quem Estêvão da Guarda dirige uma outra cantiga.
A composição segue uma cantiga de amigo de Estêvão Fernandes d´Elvas, cujo refrão é "que me queira já mal, mal me farei/ parecer e desensandecê-l´-ei".



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1313, V 918

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1313

Cancioneiro da Vaticana - V 918


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas