| | | Fernando Esquio |
| | | | O vosso amigo, assi Deus m'empar, | | | | vi, amiga, de vós muito queixar, | | | | das grandes coitas que lhe fostes dar | | | | des que vos el vira | | | 5 | | [p]olo seu mal vos filhou por senhor | | | | e, amiga, sodes del pecador, | | | | e diz que morte lhe foi voss'amor | | | | des que vos el vira | | | | | polo seu mal, e queixou-se-m'ende, | | 10 | | ca el morre e de vós nunca atende | | | | senom coitas que sofre por ende | | | | des que vos el vira | | | | | grandes [...] |
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| Nota geral: Embora habitualmente classificada como cantiga de amigo (o que mantivemos), não é impossível que esta composição, pela dupla leitura que possibilita, se situe num terreno ambíguo e próximo da sátira. De facto, num entendimento linear, ouvimos uma amiga interceder junto da donzela, relatando-lhe as queixas e mágoas de amor do seu amigo, razom tradicional e frequente neste género de cantigas. Mas note-se que, no refrão, parece haver um qualquer equívoco com o nome Elvira - sendo possível ler, seguindo o encavalgamento entre as estrofes des que vos Elvira, polo seu mal, vos filhou por senhor (o que poderia apontar para uma relação homossexual feminina). A ser assim, teríamos de considerar ser esta uma falsa cantiga de amigo. O facto de a composição nos ter chegado incompleta não facilita, infelizmente. o esclarecimento da questão. De qualquer forma, o jogo (se existe) parece continuar numa outra cantiga do trovador.
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Nota geral
Descrição
Cantiga de Amigo Refrão Cobras singulares (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 1295, V 899
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Desconhecidas
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
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