João de Requeixo


Atender quer'eu mandado que m'enviou meu amigo
que verrá em romaria a Far'e veer-s'-á migo,
       e por en tenh'eu que venha;
       como quer que outrem tenha,
5       nom tem'eu del que nom venha.
  
Atendê-lo quer'eu, madre, pois m'enviou seu mandado,
ca mi diss'o mandadeiro que é por mi mui coitado,
       e por en tenh'eu que venha;
       como quer que outrem tenha,
10       nom tem'eu del que nom venha.
  
Atendê-lo quer'eu, madre, pois m'el [seu] mandad'envia
que se verria veer migo em Far', em Santa Maria,
       e por en tenh'eu que venha;
       como quer que outrem tenha,
15       nom tem'eu del que nom venha.
  
Que el log'a mi nom venha nom tenh'eu per rem que seja
nem que muito viver possa em logar u me nom veja
       e por en tenh'eu que venha;
       como quer que outrem tenha,
20       nom tem'eu del que nom venha.



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Nota geral:

Nesta quarta cantiga, a donzela diz à mãe que o seu amigo já lhe enviou dizer, por um mensageiro, que iria ter com ela à ermida de Santa Maria de Faro. Assim sendo, a donzela tenciona ir esperá-lo, acreditando, contra algumas opiniões contrárias, que ele irá mesmo aparecer. Até porque sabe que ele não pode viver muito tempo sem ela.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1292, V 897

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1292

Cancioneiro da Vaticana - V 897


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Cantiga IV - Atender quer' eu mandado 

Versão de César del Caño