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  (linha 4)

Lopo


And'ora trist'e fremosa      ←
porque se foi meu amigo      ←
com sanha, bem vo-lo digo,      ←
 mais eu sõo aleivosa,      ←
5       se s'ele foi polo seu bem,      ←
         ca sei que mal [l]hi verrá en.       ←
  
E bem vo-lo juro, madre,      ←
pois que s'el foi noutro dia      ←
sanhud'e nom mi o dizia,      ←
10nom fui filha de meu padre      ←
       se s'ele foi polo seu bem,      ←
       ca sei que mal lhi verrá en.      ←
  
Pois que m'eu del muito queixo      ←
  e fui por el mal ferida      ←
15de vós, mia madre velida,      ←
  nom logr'este meu soqueixo      ←
       se s'ele foi polo seu bem,      ←
       ca sei que mal lhi verrá en.      ←



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Nota geral:

Triste porque o seu amigo se foi embora zangado, a donzela jura à mãe que nada de bom lhe advirá dessa atitude, muito pelo contrário. De resto, como acrescenta na 3ª estrofe, a sua atitude é ainda agravada pelo facto de, não só ser ela quem tem queixas dele, mas até por muito ter sofrido já por sua causa, nomeadamente quando a mãe lhe bateu.
No 4º verso de cada estrofe, a cantiga inclui curiosas formas de jura, que, eventualmente, poderiam indiretamente aludir a características da donzela (de uma donzela concreta). No caso da última estrofe, o traço - o uso de um soqueixo, ou lenço que se atava sob o queixo - parece quase certo. Já a possibilidade de o jogral estar a sugerir, na 1ª estrofe, que ela seria aleivosa (traidora), e, na 2ª, que não seria filha do seu pai oficial, mas sim de uma relação adúltera da sua mãe, é mais difícil de garantir.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1250, V 855

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1250

Cancioneiro da Vaticana - V 855


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas