Martim Padrozelos


Ai meu amigo, coitada
vivo, porque vos nom vejo,
e, pois vos tanto desejo,
  em grave dia foi nada
5       se vos cedo, meu amigo,
       nom faço prazer e digo.
  
 Pois que o cendal venci
de parecer em Valongo,
se m'ora de vós alongo,
10em grave dia naci
       se vos cedo, meu amigo,
       nom faço prazer e digo.
  
Por quantas vezes pesar
vos fiz de[s] que vos amei,
15algũa vez vos farei
prazer, e Deus nom m'ampar
       se vos cedo, meu amigo,
       nom faço prazer e digo.



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Nota geral:

A moça diz ao seu amigo que, vivendo amargurada por não o ver e morrendo de desejo, em triste dia terá nascido se muito rapidamente não lhe puder fazer e dizer coisas que lhe dêem prazer. Na segunda estrofe, o (auto-)elogio da sua beleza assume uma formulação assaz original: em Valongo, ela ganhou, em beleza, ao belo e fino manto que usava (o que é, não só um retrato indireto da donzela, feito pelo jogral, mas um elogio ao dito manto).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1242, V 847

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1242

Cancioneiro da Vaticana - V 847


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas