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Martim Padrozelos


Gram sazom há, meu amigo,      ←
que vos vós de mi partistes      ←
 em Valong'e nom m'ar vistes      ←
nem ar houv'eu depois migo      ←
 5de nulha rem gasalhado,      ←
mais nunca tam desejado      ←
d'amiga fostes, amigo.      ←
  
Nem vos dirá nunca molher      ←
que verdade queira dizer,      ←
10nem vós nom podedes saber      ←
nunca per outrem, se Deus quer,      ←
ou se eu verdad'hei migo,      ←
que nunca vistes amigo      ←
tam desejado de molher.      ←
  
15Pero houvestes amiga      ←
a que quisestes mui gram bem,      ←
a mim vos tornade por en,      ←
se achardes quem vos diga      ←
senom assi com'eu digo:      ←
20que nunca vissem amigo      ←
tam desejado d'amiga.      ←



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Nota geral:

Se o seu amigo partiu de Valongo e há muito não se vêem, a moça garante-lhe que todo esse tempo o viveu em desassossego, pois nunca um amigo foi tão desejado por uma amiga como ele por ela. Pede-lhe, pois, que regresse.
Note-se que, não sendo esta uma cantiga de refrão, os dois últimos versos de cada estrofe têm a original forma de variações sobre uma espécie de refrão.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Mestria
Cobras singulares
Dobre: (vv. 1 e 7 de cada estrofe)
amigo (I), molher (II), amiga (III)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1239, V 844

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1239

Cancioneiro da Vaticana - V 844


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas