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  (linha 10)

Martim Campina


Diz meu amigo que eu o mandei      ←
ir, amiga, quando s'el foi daqui,      ←
e, se lho sol dixi nem se o vi,      ←
nom veja prazer do pesar que hei;      ←
5       e se m'el tem torto em mi o dizer,      ←
        veja-s'el ced'aqui em meu poder.      ←
  
E vedes, amiga, do que m'é mal:      ←
dizem os que o virom com'el diz      ←
que o mandei ir, e, se o eu fiz,      ←
 10nunca del haja dereito nem d'al;      ←
       e se m'el tem torto em mi o dizer,      ←
       veja-s'el ced'aqui em meu poder.      ←
  
E que gram torto que m'agora tem      ←
em dizer, amiga, per bõa fé,      ←
15que o mandei ir, e, se assi é,      ←
como m'el busca mal, busque-lhe eu bem;      ←
       e, se m'el tem torto em mi o dizer,      ←
       veja-s'el ced'aqui em meu poder.      ←
  
E, se el vem aqui a meu poder,      ←
20preguntar-lh'-ei quem lho mandou dizer.      ←



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Nota geral:

Dirigindo-se a uma amiga, a donzela mostra-se escandalizada com o facto de o seu amigo andar a dizer que foi ela quem o mandou ir embora dali - é uma ofensa e ela só espera que ele lhe apareça brevemente para ver do que ela é capaz. Na finda, no entanto, ela acrescenta que lhe perguntará quem lho mandou dizer - o que é uma forma ambígua de sugerir que ele, eventualmente, diz a verdade.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1183, V 788

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1183

Cancioneiro da Vaticana - V 788


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas